Coisas que Espanha me vai dando
A parte boa de ser estrangeiro é que as senhorinhas que vendem cartões de crédito não os podem fazer com estrangeiros. A parte má é não percebermos por vezes patavina do que é dito, no entanto acedemos porque em todo o caso, café é café.
Viagens curtas e sobretudo animadas. Quem diria que me iria rir tanto com espanhóis!
Primeiro, a forma dilacerante com que falam ao telemóvel como se estivessem a decidir se Madalena merece ou não levar pedrada.
Segundo, vislumbrar nos lugares ao lado uma senhora a exercitar as mãos com movimentos vigorantes, exagerados, denotando em mim uma certa vergonha alheia.
Terceiro, constatar que o amor existe mas o sexo podia ser uma realidade em autocarros de turismo, caso não tivessem vergonha de o fazer, que é o caso dos lugares da frente entre duas meninas bem bojudas que vão tentando molhar a sopa.
Quarto, adormeci e acordei com o meu ressonar colossal.
Quinto, difícil encontrar bom café e isso faz de mim pior pessoa do que já sou.
No entanto, neste momento Espanha prepara um pedido de extradição porque vim invadir a normalidade da cidade de Madrid e o descanso de toda uma nação com o meu roncar poderoso. Se calhar é da minha cabeça mas eu fico constrangido com estas coisas.
E como vão os meus portuguesinhos de um raio que têm uma hora a menos que eu agora?